3 de maio de 2020

Critiquemos

Eu estava pensando em algumas ideias de artigo, e cheguei a conclusão que eu…

Poderia criticar quem não tem vários repositórios no GitHub, que não está ajudando a comunidade, nem dedicando tempo para crescer em sua carreira.
Ou criticar quem tem, que está gastando todo seu tempo com código, ou como poderia ganhar dinheiro com aquilo tudo.

Poderia criticar quem só compartilha conteúdo básico, os quick starts, que não aprofundam no conteúdo e não ensinam o suficiente para colocar um projeto em produção.
Ou criticar quem compartilha conteúdo avançado, muito difíceis, que não atendem as necessidades de quem está começando, ou de quem só quer resolver um problema simples.

Poderia criticar quem compartilha conteúdo gratuito, que está desvalorizando a profissão, ou que por isso acaba divulgando um conteúdo pouco profissional.
Ou criticar quem vende seu conteúdo, por estar colocando um preço no conhecimento que poderia ser aberto, que está sendo ganancioso e que não pensa em quem não tem renda para pagar.

Poderia criticar quem apresenta só slides, sem codar ao vivo, que está sendo muito superficial, e falando somente de conceitos.
Ou criticar quem faz live coding, porque é um código muito simples, que a pessoa treinou várias vezes para apresentar, e ainda comete erros simples.

Poderia criticar quem prefere software com código aberto, porque não valoriza a criação, e não vê que existem softwares de código fechado melhores.
Ou poderia criticar o código fechado, porque nunca saberemos o que tem lá, e claramente o software seria melhor se fosse aberto.

Poderia criticar quem dá somente dicas técnicas, só fala de código, e esquece da parte humana, afinal ser um bom profissional não é só codar.
Ou criticar quem fala muito em soft skills, que não foca no realmente importa, que é o código rodando em produção.

Mas então percebi que nada disso faz sentido.
E, principalmente, que nada disso é binário.

As pessoas tem vontades, momentos, oportunidades e motivos válidos para fazerem suas escolhas. Muitas vezes nem são escolhas, mas o que a vida permite.

Não, não quero dizer que pode tudo, nem que vale tudo.
Quero dizer só que se não está mentindo, roubando, ou difamando o coleguinha, ou qualquer outra coisa nessa linha, está tudo bem sim.

Pode compartilhar de graça, pode cobrar.
Pode apresentar conceitos básicos, pode aprofundar.
Pode preferir código aberto, ou fechado.
Pode inclusive, veja só, fazer tudo isso. Ao mesmo tempo.
Não, você não precisa “escolher um lado”.

Cada um tem sua história, vive sua batalha, e você não tem ideia qual é.


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